O dólar subia 0,88%, cotado a R$ 4,947, por volta das 9h18 desta quinta-feira (5), com a moeda se recuperando de perdas na véspera enquanto o mercado repercute as altas de juros nos Estados Unidos e no Brasil e os comunicados dos seus respectivos bancos centrais.
Nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, teve um tom mais ameno que o esperado pelo mercado, descartando por hora uma possível alta de 0,75 ponto percentual e riscos de recessão no país, o que beneficiou as bolsas ao redor do mundo e moedas de países como o Brasil na quarta-feira (4).
Entretanto, a indicação de duas altas de 0,5 p.p. nas próximas reuniões ainda favorece o dólar, aumentando a atratividade do mercado norte-americano. A taxa de juros do país foi elevada em 0,5 p.p., a maior alta em 22 anos, e está agora no intervalo de 0,75% a 1% ao ano.
Já no Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros, a taxa Selic, em 1 ponto percentual, seguindo as expectativas. A indicação de uma nova alta em junho, mas em proporção menor, também não trouxe surpresas, com as atenções voltadas agora ao ciclo de elevação de juros nos Estados Unidos.
O Banco Central fará neste pregão leilão de até 11.655 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de junho de 2022.
Na quarta-feira, o dólar caiu 1,26%, a R$ 4,90, enquanto o Ibovespa teve alta de 1,70%, aos 108.343,74 pontos.
Moeda norte-americana
Apesar de ainda estar abaixo dos R$ 5, o dólar reverteu parte dos ganhos que o real obteve nos primeiros meses do ano devido a uma combinação de fatores que influencia no fluxo de compra e venda do dólar.
Ao CNN Brasil Business, especialistas associaram essa valorização recente a dois principais fatores: a perspectiva de altas maiores de juros nos Estados Unidos e os temores em relação aos lockdowns estabelecidos em uma série de cidades economicamente relevantes na China.
Os juros norte-americanos maiores tendem a atrair investimentos para o mercado de títulos do Tesouro do país, retirando capital de mercados considerados mais arriscados que o dos Estados Unidos, caso do Brasil.
Já as medidas de controle de disseminação da Covid-19 na China, que afetam cidades como Xangai e Pequim, tendem a reduzir a demanda da segunda maior economia do mundo por commodities, prejudicando seus principais fornecedores, entre eles o Brasil, e influenciando negativamente nos preços desses produtos.